Por que eu não ouvi minha mãe?

Ela sempre me disse: "Filho, não largue a engenharia. Publicidade é capitalismo puro. Fique na engenharia. É mais nobre, tem mais opções de emprego".

Mas eu só aprendi a ouvir os seus pitacos sobre a previsão do tempo quando levei uma tunda de água vindo pro trabalho pq não quis trazer guarda-chuva. Era tarde demais.

Seabiscuit

Ontem assisti Seabiscuit. É a história de um cavalo nervosinho, cheio de problema que tem o rumo de sua vida mudada por um jóquei, um empresário e um treinador de cavalos. De forma recíproca, o jóquei, o empresário e o treinador têm as suas vidas mudadas por causa dessa relação com o cavalo.

É um filme bem legal. Traça um paralelo entre a história americana do início do século e a história dos personagens, fala sobre segundas chances, motivações e superações. Mas, na real, o que eu mais curti no filme é que o cavalo faz tudo o que faz porque odeia perder. Porque faz com o coração. E foi onde eu me identifiquei no filme. Odeio perder... quem joga comigo nas terças-feira sabe.

Belo filme. Recomendo.

Vou mudar de blog. Quer dizer, o endereço vai continuar sendo esse daqui, mas eu vou mudar o conteúdo dele. Uma vez uma amiga minha disse que eu só chorava por aqui. E é verdade. Na real o blog surgiu mesmo como uma terapia (como eu digo ali do lado). Aí outro amigo falou que eu era o primeiro empreendedor pessimista da história. Bãe... que tapa na cara.

A real é que eu já não tenho tantos motivos pra chorar. Então a tendência é isso ir se sumindo ao natural. Mesma coisa vale para o pessimismo. Vai ver é só uma arma que eu tenho pra não criar expectativas que possam terminar frustradas.

Vou fazer desse espaço o que qualquer nerd normal faz com seu blog: um relato do meu cotidiano ou sobre qualquer coisa que me vier na cabeça.

Gilete

Aí quando eu era criança e meu vô era vivo, ele morava bem no interior. Era produtor rural e vivia às custas da agricultura. Na sua casa havia um depósito onde materiais dos mais diversos eram guardados, estocados, reservados. Numa das prateleiras havia caixinhas com lâminas gilete. Toda santa vez que eu ia no depósito metia a mão numa dessas caixinhas e invariávelmente acabava me cortando. Sabia que se eu fosse brincar com aquelas lâminas brilhosas que tanto me cativavam eu iria acabar me machucando. Ainda assim eu não conseguia me manter afastado das malditas giletes.

Passou e passou o tempo e ainda guardo algumas cicatrizes daquela época...

Lembra aquela época em que você esperava seu pai te buscar depois da aula de natação, sentado ali na lancheria do clube, comendo uma torrada sem ovo (era mais barato), assistindo o que quer que estivesse passando na TV, os olhos sonolentos de cloro? Total abstração, época de despreocupação, irresponsabilidade justificada...

Um chacoalhar característico de um chaveiro à distância te faz despertar da sonolência pós-piscina, ajeitar a mochila no ombro, sugar o resto do refrigerante pelo canudo e sair da lancheria .

PAI: Ué?! Como sabia que era eu?
EU: Sabendo...

Saudade daquele chaveiro. Vou ligar pra ele...

Expectativas

Uma vez escrevi que tinha como certo na vida que a única pessoa no mundo que não me decepcionaria é meu irmão. Continuo achando isso, mas agora a coisa tomou um rumo distinto de antes. Depois de umas quantas decepções, parei de criar expectativas. Eu não escrevo tão bem quanto o Estevão (por sinal, leiam o post Sobre gostos e desgostos no blog dele), mas a minha impressão é que nunca se tira nada de proveitoso quando criamos excessivas expectativas em qualquer que seja a situação.

Já me decepcionei com filmes por superestimá-los.
Já decepcionei filmes para outras pessoas ao propagandeá-los mais do que deveria.
Já me decepcionei com amores, com família, com amigos.
Já decepcionei amores, família, amigos.

É bem verdade que é difícil não criar expectativa. Até porque é algo natural do ser humano tanto quanto sonhar. Na verdade expectativa é uma extensão menor do sonho. Sonho é maior, é longo prazo, é mais definitivo. Expectativa é pra situações do momento e pode ser aplicada com mais facilidade ao cotidiano.

Não vou criar expectativas. Só me envolver. Me deixar envolver por paixões. Ahhhh, a paixões... *suspiro*... coisa boa...

Ai ai. Saudades...

Irmão

Na madrugada de sábado pra domingo recebi uma das notícias mais relevantes e marcantes para mim nestes 27 anos de vida. O pai do meu irmão havia falecido. Não do meu irmão de sangue (nosso DNA não possue sequer dois pares de cromossomos que combinem). Mas do meu irmão por afinidade. Por opção...

O primeiro sentimento que se abateu sobre mim foi uma moleira nas pernas e uma necessidade de sentar. Como que de supetão, logo em seguida fui tomado por uma fulminante sensação de impotência. O que eu, mero mortal, seria capaz de fazer para amenizar o momento do meu irmão?

Cara, só te digo o seguinte: vou ficar do teu lado se tu precisares de alguém em quem se apoiar. Vou falar caso queiras ouvir. Vou ficar em silêncio caso queiras refletir. Vou beber contigo se quiseres esquecer. Vou rezar contigo caso precises te confortar. Vou gritar junto contigo caso precises espairecer.

Não tenho noção do que estás passando agora. Posso apenas imaginar e fazer o que eu puder para colaborar. Afinal, já passamos dos limites da amizade e estamos há muito percorrendo campos fraternos. Tu sempre prestou conselhos sábios, confortou em momentos difíceis, celebrou momentos de vitória... enfim. Tu é meu irmão por tudo o que já fizeste por mim, mesmo sem se dar conta, e também por ser essa pessoa extraordinária que és. Por isso tudo te agradeço.

Não tive o prazer de conviver muito com teu pai. Mas tu e teu irmão são a prova viva de que a missão dele aqui na Terra não foi em vão e foi totalmente cumprida.

Um forte e gigantesco abraço, irmão.

Perdões

Ao meu fiel e lindo público leitor de 4 pessoas, meu profundo e sincero pedido de desculpas por manter tanto tempo este singelo blog desatualizado. Infelizmente a merda pegou preço por aqui e o tempo que tenho tem sido dedicado exclusivamente ao trabalho.

Beijos pra todos vcs