Frio+chuva
Sair de casa de manga curta e cabelos molhados. Talvez eu pegue uma friagem e possa ficar em casa de molho por alguns dias sem peso na consciência.
O lance é o seguinte, me disseram que essa coisa de blog é bom pra ser usada como uma forma de terapia. Vou ver se funciona. Se funcionar é até possível que alguém tire algo que se aproveite daqui.
O título "Pitadas" é pq não me vejo escrevendo mega textos. Vão ser frases, tópicos, versículos. Coisa pouca.
Enjoy
Frio+chuva
Não sei o que é preciso pra se tornar um vencedor. Não sei até que ponto eu quero ser um vencedor ou simplesmente participar e chegar numa posição confortável que me permita desfrutar de comodidade. Não tenho grandes objetivos. Há algo de errado em querer apenas o conforto? Por que a gente é pressionado desde sempre pra atingir o topo? Que espécie de pressão é essa que amedronta e faz se questionar e se pressionar sobre tudo?
Essa noite fui expulso do meu quarto e obrigado a recorrer ao sofá da sala. Nada de crise de ciúme ou besteirinhas de inveja. A discussão de se Sarah Vaughn é melhor que Ella Fitzgerald também não influenciou. Pés gelados, ronco, apinéia, roubo de coberta, falta de sono... nops. Nada.
Eu que já tenho sérios problemas com aquela maldita auto-estima venho me deparando ultimamente com outro tipo de auto: a auto-piedade. É interessante perceber o quanto esses dois autos são inversamente proporcionais.
Como pode...
Quando eu era criança chorar era natural. Fosse por alguma briga com colegas na escola, com a mãe que não queria comprar uma bala ou com o pai que gritava porque queria silêncio quando trabalhava em casa. Lembro de uma época em que resolvi medir o quanto eu estava amadurecendo por contar os dias consecutivos em que eu ficava sem chorar. Pena não ter guardado meu record, mas pra mim aqueles períodos sem lágrimas significavam alguma coisa. Eu tava ficando grande.
Dói. E é físico assim. É uma queimação por dentro como se algo quisesse sair e simplesmente te envolver sem nunca mais soltar. É como se ele soubesse que foi a última vez que te vi, que eu te perdi pra vida, que daqui pra frente estou sozinho. E eu não sei se eu consigo. Não sei se eu quero conseguir. Eu construí a minha vida pra ti... pra nós. O que restou agora pra mim? Juntar os pedaços dessa ruína e construir uma casa com somente um dormitório. Pq eu não quero mais ninguém que não tu.
Deixa eu começar com essa joça aqui duma vez. Primeiro post é estranho. Parece que eu tenho que escrever um troço genial, mirabolante só pra prender a atenção de quem quer que esteja lendo isso daqui. Mas eu não vou fazer isso. Nunca em nenhum momento procure pelo mirabolante em mim pq tu não vai encontrar. Meu lance por aqui é simples. Assim como é simples o que eu procuro nos outros. Até pq não pretendo encontrar por nada mirabolante em ninguém. É nas coisas simples de cada um, de cada momento da vida que tu vai realmente descobrindo o que tu precisa saber. Se a primeira coisa que tu enxergar em alguém for mirabolante, pode ter certeza que no momento seguinte tu vai te decepcionar.