Tuesday, September 27, 2005

Pecado

Não existem dúvidas de que os Beatles são a maior banda de todos os tempos. Isso tá no senso comum, explícito entre crítica e público. Não existe dissidências. É e deu! Não tem discussão.

Eu sou fã e praticante. Tenho CDs, DVDs, livros, coleções, coletâneas. Não sou o maior conhecedor de Beatles, mas me orgulho de já ter sido centro de rodas de conversa ao narrar episódios da carreira dos rapazes de Liverpool.

Ontem fiz uma coisa que deveria fazer parte do meu cotidiano. Se do cotidiano não, talvez uma vez por semana. Me encontrei com o pessoal da Gilez, minha banda, pra tirar as músicas do Rubber Soul (um dos melhores discos dos Beatles). É um pecado eu ter ficado tanto tempo longe da música You Won't See Me. Eu não lembro de ter sentido sensação tão boa ao tocar uma música assim de primeira... e de segunda... de terceira... quarta. Cada vez que a gente tocava, eu tinha dificuldades de cantar tamanha era a minha felicidade. Que música ducaralho.

Pode parecer exagero, bobagem e até mesmo putice, mas a sensação foi boa pra caramba e eu quero mais.

Faça o download e ouça aqui

Leia abaixo:

You Won't See Me
When I call you up
Your line's engaged
I have had enough
So act your age
We have lost the time
That was so hard to find
And I will lose my mind
If you won't see me
You won't see me

I don't know why
You should want to hide
But I can't get through
My hands are tied
I won't want to stay
I don't have much to say
But I can't turn away
And you won't see me
You won't see me

Time after time
You refuse to even listen
I wouldn't mind
If I knew what I was missing
Though the days are few
They're filled with tears
And since I lost you
It feels like years
Yes, it seems so long
Girl, since you've been gone
And I just can't go on
If you won't see me
You won't see me

Saturday, September 24, 2005

Terra da Garoa

Vez que outra implicamos com alguma comida mesmo antes de experimentar. Pelo que ouvimos falar dela, pela sua aparência e às vezes até mesmo seu aroma, enfiamos na cabeça que o gosto não é bom e passamos a difamá-la, torcendo o nariz e a amontoando nas bordas do prato. Até que certo dia se resolve provar. Surpreendentemente é uma comida saborosa e tu quer mais e mais daquele gostinho que até então havia sido ignorado.

É mais ou menos essa a relação entre eu e São Paulo. Sempre tive uma opinião sobre a cidade que, na minha cabeça, seria definitiva: deve ser feio, sujo, estressante, ser habitada por gente mal educada, fazer mal pros pulmões e o estress do trânsito deve enrijecer todos os músculos do ombro. Pois resolvi dedicar um feriado de 4 dias para uma visita. E não é que a visita foi saborosa?

A cidade definitivamente não é o melhor lugar do mundo para se fazer turismo. São Paulo não oferece as belezas naturais que o Rio oferece. Tampouco possui uma arquitetura que mereça comparações a uma Barcelona ou Paris da vida (que por sinal ainda preciso conhecer). Não tem as praias do nordeste nem a imagem dos alpes no horizonte. Ainda assim, irônicamente, tem tudo.

Tem o bairro da Liberdade com tudo muito barato (e finalmente os aparatos pro sushi foram adquiridos). Tem um metrô muito bom (que poderia servir de inspiração pro Eliseu Padilha que se elegeu vereador prometendo metrô para Porto Alegre). Tem um circuito cultural imenso e eclético.

E tem gente muito boa mesmo. Conheci amigos da minha namorada, familiares, amigos de parentes, parentes de amigos. Tive o imenso prazer de finalmente ser apresentado ao Estevão, rapaz que encabeça o blog sObras Completas que está num link ali na coluna da direita com o seu nome. Que galerinha do bem. Espero poder cultivar essa amizade. Os taxistas, cobradores de ônibus, garçons... todos muito prestativos. "Quem disse que São Paulo não tem gente boa não conhece São Paulo" me disse minha sogra. Concordo.

Eu gostei mesmo de São Paulo. Não sei se pela companhia da minha japinha ou se me senti importante num centro empresarial daquele tamanho. A verdade é que tanto foi a saudade de lá que quarta, ao buscar a Lella no trabalho, escolhi o caminho que eu sabia estar engarrafado.