Sexta no Vermelho 23

Chegou minha vez

Engraçado que a gente vai ficando mais velho, tendo mais responsabilidades e tudo o que a gente vem vivendo ao longo dos anos vai ficando maior e mais sério. Namoro, envolvimento com a família, assaltos, compromissos profissio...

ASSALTOS?!?!

Ahã... assaltos. A primeira vez que me assaltaram, levaram um boné quando eu tinha uns 13 anos. Na segunda, um boné e um relógio aos 14. Na terceira aos 17, toda a minha roupa e dinheiro e na quarta simplesmente furtaram minha sacola com alguns pertences pessoais e minha carteira com dinheiro e todos meus cheques e documentos quando eu tinha 21 anos. Graças a Deus as únicas ameaças que recebi eram as de surra, de levar porradas e sair roxo.Nunca tive uma arma apontada pra mim. Isso até ontem.

Na sexta mesmo jantando com um casal de amigos a gente comentava “cara, tô cada vez mais preocupado com a violência. Eu não era assim antes. Mas hoje não durmo enquanto minha mulher não chega, enquanto todos em casa estão seguros. Tipo, não sei se é a idade, mas já não to preocupado em ‘se um dia acontecer comigo’. Parece ser só uma questão de tempo... de ‘quando acontecer comigo’.”

Pois então... ontem chegou a minha vez. Fui rendido numa locadora quando devolvia alguns filmes, ordenado a entregar meu celular e carteira e me dirigir ao banheiro (diga-se de passagem, local muito apropriado para quem tem uma arma apontada). Fiquei ali com minha namorada, o segurança da loja e dois atendentes enquanto os ladrões faziam a limpa nos lançamentos e nos outros DVDs mais recentes.

Foi tudo muito muito rápido. Não ficamos mais de cinco minutos trancados. Ironicamente me sinto com sorte. Certamente se estivesse sozinho, teria saído da situação revoltadíssimo. Mas ao ver minha namorada bem, me abraçando, sorrindo, a única sensação que me passou foi de alívio, de agradecimento.

De mim acabaram levando o celular e uns 4 pila. Deixaram documentos e a vida. Do meu amor levaram a bolsa com os documentos, o celular e a chave do carro. Deixaram o carro e a vida.

Jorge, o proprietário da locadora teve mais de 600 DVDs roubados, cada um com valor estimado em R$ 100,00. Conheço o Jorge. Sou cliente de sua locadora há uns 15 anos, desde que abriu. A Vídeo Music Hall já é tradicional no bairro e um dos poucos estabelecimentos das redondezas com mais de 10 anos de vida. Sobreviveu ao ‘boom’ das megas Blockbuster e Espaço Vídeo graças, especialmente, ao diferencial de locar também CDs de música. Diferencial esse muito interessante na época pré-Napster e gravador de CDs. As custas de muitos anos de trabalho e também de dificuldades, montou sua empresa e vive honesta e decentemente com sua companheira. Ontem, um trio de vagabundos levou mais de R$ 60.000,00 em minutos. Anos de uma vida honesta tomados num piscar de olhos. E a gente sai, ironicamente, feliz por ter saído ileso.

Eu não vou fazer nenhum apelo demagogo por aqui. Mas não adianta... não há mais esperança pra esse país. Simplesmente não há. Qual a solução então? Ou tu te muda ou aprende a conviver com a violência sabendo que, mais dia menos dia vai chegar a tua vez.

Revendo conceitos em tempos modernos

Parado na calçada ao lado do meu sócio Marcelo aguardando para atravessar, passa por nós uma linda e radiante BMW preta, novinha. Arrisco um clichê:
- Em que time de futebol será que ele joga?

E o Marcelo, com conceitos mais atualizados, responde:
- Que nada. Qual será o cargo dele no PT?

Mensalão

Acabei de receber dos meus contadores os impostos a pagar no mês de julho. Não é pouca coisa não, gente. Com toda essa história de mensalão, dá vontade de enrolar todas essas guias de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISSQN e INSS e enfiar forévis a dentro dessa cambuta de filha da pada.

Com toda essa grana, eu pagaria tranqüilamente segurança pra minha empresa, plano de saúde pra mim e meus funcionários, aumentar seus salários e meu pró-labore e conseguiria ajudar alguns deles em algum curso de graduação ou pós. Ficarei aguardando pela contrapartida do Governo... sentado, diga-se de passagem.

Londres bombando

Vocês devem estar pensando: "Com coisas tão relevantes no mundo como os atentados em Londres, o Márcio abre o blog dele falando em futebol! Mas que falha de caráter!"

Pô gente, que nada. Me compadeço demais com os que sofrem com a covardia dos terroristas. Tanto que eu tava lá ajudando os necessitados. Vejam:

A final de ontem

Devo me ajoelhar, elevar as mãos ao alto e agradecer a Deus por não ter cedido à tentação em me deslocar ao Beira-Rio ontem para assistir à final da Libertadores da América. O futebol apresentado ontem só não foi mais frio que a temperatura ambiente e mais sem graça que o Zorra Total. Ok, julgar o jogo como um todo é injustiça. Meus olhos só agüentaram ficar abertos até o final do primeiro tempo.

Pra uma final de Libertadores, a partida foi extremamente frustrante. Faltou de tudo: carrinhos, garra, emoção, torcida. A primeira partida da primeira final de Libertadores entre equipes de um mesmo país foi lamentável pra quem está acostumado a ver emoção nesse tipo de competição. Taí mais uma das regras que a Conmebol poderia rever.

4th of July

Hoje os americanos comemoram a sua independência e o dia em que os Estados Unidos deixara de ser colônia inglesa para rumar ao seu atual estado de desenvolvimento.

De todas as características que os americanos exalam através do cinema, da música ou qualquer cultura, o patriotismo é a mais forte e a que melhor os representa. E foi exatamente esse patriotismo exacerbado que colocou o país na posição de potência mundial que ele se encontra hoje.

Sou rotulado inclusive por grande parte dos meus amigos e pelo meu irmão de ser americaninho, americanóide, americanéfalo. Sou, não nego. E entre outras coisas, sempre admirei o patriotismo americano. Vivi isso intensamente durante os mais de quatro anos que morei por lá. Hoje tenho consciência de que ele se faz manifestar em excesso, exemplificado na ignorância do povo quando perguntado sobre outras nações. Mas isso não nega o fato de eles serem a potência que são especialmente devido ao patriotismo.

Me vi pensando nisso vindo agora a pouco pro trabalho ouvindo comentários no rádio sobre a corrupção e a lavagem de roupa suja que tem tomado as primeiras páginas dos jornais todos os dias. O locutor falava sobre o documento assinado pelo José Genuíno que comprova o seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério, da anedótica entrevista de Roberto Jéferson ao Canal Livre da Band sobre o que seria um assunto de suma relevância para o país e da sua descrença em ver toda essa história solucionada. Foi justamente essa descrença que motivou esse post e desmotivou o meu início de semana. Não o comentário em si, mas por eu já ter perdido a conta de quantas vezes li ou ouvi essa mesma descrença da boca do povo e de formadores de opinião como se fosse uma verdade imutável.

É uma tremenda merda o que tá se passando no Brasil. A freqüência com que escândalos como esse se repetem governo após governo é um atestado de passividade do brasileiro. O brasileiro não tem orgulho, não tem atitude, não tem opinião. É uma ridícula marionete na mão de uma cambuta de filha da pada que faz dele gato e sapato dia após dia o tempo todo, incessantemente, como se não houvesse amanhã.

Tivesse o brasileiro um naco do patriotismo americano, certamente a situação do país seria outra. Não trabalharíamos apenas para fins individuais. Seriam objetivos coletivos, nobres. Estaríamos construindo uma nação, uma terra para nossos descendentes e não somente patrimônios e bens pessoais. Teríamos esperança renovada diariamente ao ver o exemplo praticado em cada um de nós ao invés de a termos jogado na sarjeta por aqueles que nos governam.

Se tivéssemos num país sério com um povo sério, esse último parágrafo poderia servir de motivação, de inspiração para algo maior. Mas infelizmente não vai passar de mais uma demagogia barata.

Cara nova

Cansei daquela coisa azul, velha e desbotada. Fica essas cores novas e desbotadas que eu gosto mais.

Vou ver se tiro a barba tb.

Saudades do cinema

Aaaahhh que saudades do cinema. Depois de mais ou menos uns 3 meses voltei ontem a uma sala de cinema. E graças a Deus eles colocaram o volume BEEEEEM alto. Pq, coisa irritante é tu ir no cinema e ter que aturar o filme baixinho baixinho. Pô, parece a minha mãe que assiste filmes no Telecine quase no mute.

Então, puta filme... tb não ia adiantar estar com o volume a milhão se fosse pra ver qualquer filme do Bob Schneider, por exemplo.

Fui assistir Batman Begins. Sinceramente, eu seria um péssimo crítico de cinema. Faz horas que eu venho pensando no que comentar, no que eu escreveria sobre o filme e só me vem uma palavra na cabeça:

WOOHOO!!!!!!

Que filme ducaralho! Se não foi o melhor dos Batmans, certamente é ocupa a segunda posição logo atrás do primeiro filme. O Christian Bale até que não é de todo ruim, mas ainda não conseguiu desbancar o Michael Keaton como o melhor dos intérpretes do homem morcego.

Uma ressalva quanto ao filme: Katie Holmes. Que guria odiosa. Eu poderia tranqüilamente voar com os dois pés em direção ao pescoço dela, segurá-lo com os meus tornozelos e virar meu corpo com toda força, fazendo com que ela se machucasse consideravelmente.

Mas não dá nada, nem a mina mala essa aí consegue estragar. Fazia um bom tempo que eu não saía do cinema com essa sensação de querer sair correndo, pulando, acelerando. Talvez desde quando vi Indiana Jones e a Última Cruzada no Baltimore quando eu tinha uns 15 anos.

Repito: WOOHOO!!!!