4th of July
Hoje os americanos comemoram a sua independência e o dia em que os Estados Unidos deixara de ser colônia inglesa para rumar ao seu atual estado de desenvolvimento.
De todas as características que os americanos exalam através do cinema, da música ou qualquer cultura, o patriotismo é a mais forte e a que melhor os representa. E foi exatamente esse patriotismo exacerbado que colocou o país na posição de potência mundial que ele se encontra hoje.
Sou rotulado inclusive por grande parte dos meus amigos e pelo meu irmão de ser americaninho, americanóide, americanéfalo. Sou, não nego. E entre outras coisas, sempre admirei o patriotismo americano. Vivi isso intensamente durante os mais de quatro anos que morei por lá. Hoje tenho consciência de que ele se faz manifestar em excesso, exemplificado na ignorância do povo quando perguntado sobre outras nações. Mas isso não nega o fato de eles serem a potência que são especialmente devido ao patriotismo.
Me vi pensando nisso vindo agora a pouco pro trabalho ouvindo comentários no rádio sobre a corrupção e a lavagem de roupa suja que tem tomado as primeiras páginas dos jornais todos os dias. O locutor falava sobre o documento assinado pelo José Genuíno que comprova o seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério, da anedótica entrevista de Roberto Jéferson ao Canal Livre da Band sobre o que seria um assunto de suma relevância para o país e da sua descrença em ver toda essa história solucionada. Foi justamente essa descrença que motivou esse post e desmotivou o meu início de semana. Não o comentário em si, mas por eu já ter perdido a conta de quantas vezes li ou ouvi essa mesma descrença da boca do povo e de formadores de opinião como se fosse uma verdade imutável.
É uma tremenda merda o que tá se passando no Brasil. A freqüência com que escândalos como esse se repetem governo após governo é um atestado de passividade do brasileiro. O brasileiro não tem orgulho, não tem atitude, não tem opinião. É uma ridícula marionete na mão de uma cambuta de filha da pada que faz dele gato e sapato dia após dia o tempo todo, incessantemente, como se não houvesse amanhã.
Tivesse o brasileiro um naco do patriotismo americano, certamente a situação do país seria outra. Não trabalharíamos apenas para fins individuais. Seriam objetivos coletivos, nobres. Estaríamos construindo uma nação, uma terra para nossos descendentes e não somente patrimônios e bens pessoais. Teríamos esperança renovada diariamente ao ver o exemplo praticado em cada um de nós ao invés de a termos jogado na sarjeta por aqueles que nos governam.
Se tivéssemos num país sério com um povo sério, esse último parágrafo poderia servir de motivação, de inspiração para algo maior. Mas infelizmente não vai passar de mais uma demagogia barata.