"Eu morro e não vejo tudo."
Ontem estacionei o carro numa rua pacata do Menino Deus. Como mais ou menos 87% das ruas da cidade, havia um flanelinha por ali. Saí do carro e ele parou do meu lado e largou o clássico: "Bem cuidado, padim!" . Ali percebi que o seu olho direito era cego, totalmente branco, sem um pingo de íris. Como um ovo sem sua gema.
Enfim, fiz o que tinha que fazer e voltei pro carro. Abri a porta e o flanelinha atravessou a rua correndo em minha direção. Nisso uma BMW quase o atropelou. Falei pra ele "Calma, calma. Não precisa morrer. Eu te pago!". Ele deu um sorrisinho maroto, virou o olho branco pra mim e, piscando-o incessantemente falou: "Eu morro e não vejo tudo".
Sinixtro, rapá!